Bento XVI enviou uma mensagem ao Patriarca
Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, por ocasião da festa de Santo André
Apóstolo, celebrada nesta quarta-feira.
"O futuro da evangelização depende do
testemunho de unidade dado pela Igreja e da qualidade da caridade, como nos
ensinou Jesus na oração que nos deixou: 'Que todos sejam um para que o mundo
creia'. Testemunhemos uma fé capaz de unir a humanidade que passa por sérias
tensões" – destaca o Papa na mensagem enviada a Bartolomeu I.
O Vaticano envia todos os anos, nessa data, uma
delegação ao Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, em Istambul, em resposta
à visita do Patriarcado a Roma na festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, em
29 de junho.
Este ano, as celebrações possuem um caráter
particularmente festivo, pois se celebra o 20° aniversário da eleição de
Bartolomeu I como Arcebispo de Constantinopla e Patriarca Ecumênico.
O responsável da delegação vaticana é o
Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos,
Cardeal Kurt Koch, que leu e entregou a mensagem do Papa a Bartolomeu I. O
documento foi lido após a liturgia presidida, nesta quarta-feira, por
Bartolomeu I na igreja patriarcal de Fanar. A delegação vaticana participou da
cerimonia, encontrou-se com o Patriarca e conversou com a comissão sinodal
encarregada das relações com a Igreja Católica.
Na mensagem, o Papa recorda o último encontro
com o Patriarca Bartolomeu I, em Assis, em outubro passado, na Jornada de
Reflexão, Diálogo e Oração, destacando a relação profunda que une a sincera
busca de Deus, da verdade, da paz e da justiça no mundo.
"As circunstâncias atuais sejam elas
culturais, sociais, econômicas, políticas ou ecológicas, apresentam a católicos
e ortodoxos o mesmo desafio. O anúncio do mistério da salvação através da morte
e ressurreição de Jesus Cristo precisa hoje ser renovado com força nas regiões
que receberam por primeiro a luz e agora sofrem os efeitos da secularização que
ameaça empobrecer o homem em sua dimensão mais profunda" – ressalta Bento
XVI.
O Papa conclui a mensagem frisando que
"diante da urgência dessa tarefa, temos o dever de oferecer à humanidade a
imagem de pessoas que adquiriram uma maturidade de fé, capazes de se encontrar,
não obstante as tensões humanas". (MJ)